Chegámos agora a um momento em que o impasse está ali, ao virar da esquina: o o Euro chegou a um beco sem saída; as tentativas experimentadas para o tirar de lá não funcionam.
Uma união monetária que é gerida por uma instituição central não faz sentido e não poderá sobreviver se não for suportada por união orçamental.
Há ainda quem pense que o Euro poderá sobreviver se os países que já estão em queda: Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha… forem expulsos da «moeda única». Puro engano: já se percebeu a força dum efeito dominó que «comerá» uma economia após outra.
Por isso, entrámos no beco; e a parede do fundo do beco é conclusiva: ou a União Europeia se decide pelo federalismo ou… o Euro terá de desaparecer.
Mas, atenção: se, agora, o Euro tiver de desaparecer, todos perderão. E será preciso muitas décadas para a recuperação dos efeitos desta guerra, em que se não gastou uma só bala.
3 comentários:
Olá Lourenço,
Não creio que a solução seja o Federalismo. Isso é um mero pormenor. "Pintelho" diria o Catroga.
Abraços
João Martins
Caro João Martins:
É sempre um prazer trocar opiniões consigo, mesmo quando divergimos nos nossos pontos de vista. O que não é o caso.
Porque, em momento algum, afirmei que a solução será o Federalismo. Apesar do meu Iberismo juvenil, neste momento não tenho certezas de nada.
Apenas disse que, agora só se apresentam dois caminhos: ou a morte do Euro, ou um governo que defina políticas financeiras e económicas iguais para todos.
Pode haver outros caminhos; não sei, sinceramente… Mas não os vislumbro.
Quanto à morte do Euro… é-me muito difícil falar nisso. Primeiro que tudo porque, desde o primeiro momento fui «contra». – Não tanto por questões de natureza económica e financeira, que não domino como gostaria; mas mais por razões de fundamentos históricos. Quem estudou um bocadinho de História sabe que cunhar moeda era um dos factores (o principal) que determinava a independência e autodeterminação.
A minha «defesa» do escudo fundamentava-se, se assim quisermos dizer, mais por esteios de «coração» do que por «razão» de economia e finanças.
Mas, no entanto, não nos iludamos: a saída (ou a expulsão) do Euro vai acarretar problemas tão graves que talvez a vida dos nossos netos não chegue para as resolver.
Assim, federalismo e saída do euro são quase como as duas faces da mesma moeda.
E venha o diabo (ou os economistas, os mercados, os liberalismos e os neo-liberalismos) e escolham!
Abraços
L.A.
Olá de novo Lourenço,
Estou de acordo com o conteúdo do post. Só não acredito é no Federalismo como solução. Defendo profundamente a construção europeia mas a UE dos últimos anos foi feita nas costas dos cidadãos e não poucas vezes contra os mesmos. Vamos ver como saímos desta. Sair do euro é uma desgraça. Não sair parece que também.
Abraço
João Martins
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