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domingo, 5 de junho de 2011

Hoje votamos ...

... amanhã cairemos na realidade

Durante mais de dois longos meses assistimos, estupefactos a trocas de montes de argumentos e falsos argumentos, mentiras e meias verdades, meios insultos e insultos.

Ninguém explicou nada, ninguém se preocupou com isso (salvo os dois partidos «bem» à esquerda – BE e PCP – que lá foram levantando uma pontinha do lençol mas, mesmo assim, à sua maneira).

Fomos hoje meter o voto na urna mais por questão de fé e simpatia que por outra coisa qualquer. Só um pouco de esperança num futuro melhor nos levou de 'cartanito' na mão a uma assembleia de voto desprovida de democraticidade ou convicção (havemos de falar nestas assembleias mais tarde).

Enfim, o voto lá ficou, juntando as nossas esperanças e o nosso protesto aos protestos e esperanças de mais meia centena de cidadãos.

Só que amanhã, seja qual for o resultado, iremos cair na nossa realidade: aquela que quereríamos ter podido mudar com o nosso voto. Sinceramente… não acreditamos nessa mudança.

Num folhear ao acaso dos jornais, vamos deter-nos nalguns aspectos do mundo que hoje existe e amanhã continuará a existir.

O país agrícola

Com uma média de idade de 63 anos, os agricultores portugueses são os mais velhos da Europa. E a percentagem de jovens a trabalhar no campo é a mais baixa; só 2,5% têm menos de 35 anos.

Os dados do último recenseamento agrícola do INE indicam que o produtor agrícola-tipo em Portugal é homem, só concluiu a 4ª classe e a formação que tem é exclusivamente prática.
Entre 1999 e 2009, a população agrícola familiar perdeu 443 mil pessoas e representa agora 7% do total de residentes.
(in jornal «Expresso», 3 de Junho 2011)

A justiça deste país

Apenas a Itália conta com uma proporção mais elevada que Portugal entre o número de todos os profissionais de Justiça e a sua população.

Um relatório do Conselho da Europa confere-nos também o segundo lugar na demora de encerramento de casos pendentes.

Portugal conta, entre 45 países europeus, com o segundo pior tempo de disposição dos processos judiciais, o indicador que afere a demora no encerramento dos casos pendentes; esse tempo atinge os 430 dias.
(in «Jornal de Notícias», 25 de Outubro 2010)

Empresas municipais

42% das empresas municipais tiveram um valor acrescentado bruto negativo (isto é, deram prejuízo). 115 empresas municipais tiveram prejuízos em 2009. Em algumas isso acontece há vários anos seguidos.

€ 70,3 milhões foi quanto 117 empresas com valor acrescentado bruto negativo ’roubaram’ à economia portuguesa em 2009.

158 das actuais empresa foram criadas pelas autarquias PSD e 92 por autarquias PS.
(in jornal «Expresso», 3 de Junho 2011)

Parcerias público-privadas

As parcerias público-privadas vão custar €59,6 mil milhões. Os portugueses vão andar mais 40 anos a pagar os custos das parcerias público-privadas. Uma pesada herança para nossos filhos e os netos.
(in «Expresso on-line», 13 de Abril de 2011

Corrupção

O Índice de Percepção da Corrupção para 2010 - editado pela Fundação Transparência Internacional, com sede em Berlim - coloca Portugal, mais uma vez, numa posição muito crítica, quer quando comparado com os seus parceiros europeus, quer em relação ao universo mais restrito da zona euro.

De facto, a posição absoluta de Portugal no índice é um 32º lugar, apesar de tudo um pouco melhor que o 35º do ano anterior.

Mas a sua posição relativa no bloco da moeda única coloca Portugal numa pouca honrosa 11ª posição (em 16), só à frente de Malta (em 37ª posição no ‘ranking' geral), Eslováquia (59ª), Itália (67ª) e Grécia (78ª).
(in «Diário Económico», 27 de Outubro 2010)

A pobreza

Se não fossem as transferências sociais, 41,5 por cento da população portuguesa estaria em risco de pobreza.

De acordo com o INE, 23 por cento da população portuguesa vive em situação de privação material, um valor ligeiramente acima do de 2007 (22,4 por cento). A intensidade dessa privação, ou seja, o número médio de itens em falta para esta fatia da população, era em 2008 de 3,6 (e de 3,7 nos anos anteriores).
(in jornal «Público», 15 de Julho 2010)

Desemprego

O desemprego em Portugal manteve-se nos 12,6% em Abril, revelou o Eurostat – uma boa notícia que não deve durar muito tempo. Com a economia em recessão em 2011 e 2012, a taxa irá continuar a aumentar. Algumas previsões apontam para valores acima de 13%.

Na zona euro, o desemprego português só é ultrapassado pela Espanha e Irlanda (20,7 e 14,7% respectivamente).
(in «Expresso-Economia», 3 Junho 2011).

Muitos outros aspectos poderíamos aqui abordar, num folhear dos jornais, ao acaso.

Para hoje, já chega de tristezas, na consciência de que muito há para nos 'espantarmos'.

Chega? Ora… numa República onde o Presidente se dirige aos cidadãos através do Facebook, não nos podemos admirar de nada!...

1 comentário:

Anónimo disse...

Já estamos livres do -socrates. Até que enfim! ufa!