há palavras que nos beijam
Agora, temporariamente liberta de preocupações didáctico-pedagó-gicas, permito-me apenas dar largas ao meu sentido estético da poesia. Que me perdoem os leitores habituais.
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
.
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
ALEXANDRE O'NEILL
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 — 21 de Agosto de 1986), ou simplemente Alexandre O'Neill, foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa.
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
.
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
ALEXANDRE O'NEILL
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 — 21 de Agosto de 1986), ou simplemente Alexandre O'Neill, foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa.
1 comentário:
Sem comentários e a minha vênia a uma das minhas estrelas preferidas.
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