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sábado, 28 de novembro de 2009

Homenagem a Melo Antunes

cavaco silva não esteve presente
O professor Alfredo de Sousa, que faleceu num acidente de viação, ao atravessar uma passagem de peões, em 1994, não teve tempo de escrever as suas memórias - tal como tinha prometido.

Haverá por aí quem se lembre, porém, de uma das histórias que ele contou numa entrevista à TSF, creio que mesmo no ano de sua morte.

Nessa entrevista, o criador da Faculdade de Economia descreveu a trabalheira que teve para introduzir Cavaco Silva na política e para o fazer aderir ao PPD/PSD.

Alfredo de Sousa falou dos medos de Cavaco, das menções a hipotéticos e possíveis ataques à sua família, coisas fantásticas e mirabolantes que ele invocava. Invenções tolas e infantilizadas, só para fugir da política, para não se expor.
.
Vêm-me estas coisas à memória a propósito das diferenças de estatura de homem e de politico entre Cavaco e Melo Antunes.

Este militar arriscou. Sem medos. Foi capaz de expor o seu ideal, mesmo antes do 25 de Abril. Sem medo das prisões políticas, das perseguições à família.
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Porque Melo Antunes era um democrata, um idealista, um humanis-ta, um homem de cultura. Foi um cidadão, militar, a quem a ética, a honra, a lealdade e a honestidade – e até a modéstia - serviram de guião. Tudo o que a classe política agora esquece e atropela.

Nada que se pudesse comparar à postura arrogante e convencida de quem «nunca tem dúvidas e raramente se engana», à ausência de cultura democrática, à falta de cultura humanista escondida atrás de uma postura física de quem «engoliu um espeto».

A assessoria de imprensa da Presidência da República veio agora explicar que Cavaco Silva recebeu em Outubro um convite para presidir à homenagem a Melo Antunes, que ontem terminou, mas compromissos de agenda anteriormente assumidos, o impediam de estar presente na cerimónia de abertura da conferência, onde estiveram Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.

Não explicou a assessoria que compromissos tão importantes eram esses que obrigaram Cavaco a voltar as costas à memória de um ícone da Liberdade.

Provavelmente, como se aproxima o «dia maior» para o mundo ocidental, o dia 25 de Dezembro, Cavaco tenha convocado o Pai Natal para um encontro ao mais alto nível para, juntos, encontrarem solução para os graves problemas que Portugal atravessa…

9 comentários:

Leitor disse...

Vasco Lourenço disse ao Expresso que o convite a Cavaco Silva foi feito não em Outubro mas "ainda antes das férias do Verão". Em resposta, a Presidência transmitiu que Cavaco Silva "não presidiria ao colóquio e que também não estava disponível para dar o seu alto patrocínio à homenagem".

Nestes termos, "quando o Chefe da Casa Civil nos convidou para a referida audiência, achámos que não valia a pena porque não íamos lá fazer nada".

Alves Renato disse...

Cavaco mente através dos seus assessores de imprensa.
Fê-lo no caso das escutas e volta a reincidir agora no caso da homenagem a esse gigante de Abril e também de Novembro Melo Antunes.

De forma inaudita este presidente, que não considero meu, actua de forma a não se dar ao respeito.

Xarrama disse...

Aconselha-se a Associação 25 de Abril a não hostilizar muito a Presidência, caso contrário ainda poderá surgir alguma notícia no jornal Publico ou Correio da Manhã, a anunciar a suspeita de Belém da montagem de escutas no Palácio de Belém por parte daquela Associação!

Anónimo disse...

Sabe-se que Vasco Loureço não morre de amores por Cavaco Silva.
Muito pelo contrário, vê nele um inimigo fidagal ! E vice-versa.
Haverá alguém que não o saiba ?
Fico a aguardar a resposta da Casa Civil da Presidência.

G.

Anónimo disse...

nem vale a pena o Presidente da República perder tempo com semelhante criatura.

Anónimo disse...

O problema é que os "25 Abrileiros" mexeram com muitos interesses, lá isso foi. Que abriram novas oportunidades para novos "xicos-espertos", como o estado país vem demonstrando, isso já é outra história. Neste particular o actual PR tem uma palavrinha a dizer...mais não seja porque ele foi o mentor e executante do célebre "estado laranja", escola de "santinhos" e bons samaritanos, como bem sabemos...

A.P.N.S. disse...

Mas é graças a eles (militares de Abril) e não a Cavaco Silva que hoje podemos ter opiniões diferentes sem irmos presos.
Se não for por mais nada ao menos por isso eles (militares de Abril) merecem o nosso respeito e agradecimento

Mário disse...

Já passou.É só chover no molhado e verificar como a mistura de aversão epidérmica ao 25 de Abril e de incompetência do Presidente da República e dos seus conselheiros se transformou em mais um triste e pouco digno episódio com Cavaco Silva como protagonista. Parece ser claro que nem os organizadores se esforçaram muito por ter Cavaco Silva na homenagem, nem este demonstrou interesse real em lá estar.

Mário

Anónimo disse...

Não sei em que ficamos com esta história, afinal Vasco diz que o Presidente foi convidado antes do Verão e que a comissão decidiu não comparecer na audiência e aqui desmente o Lourenço que não fazia sentido responder ao convite da Casa Civil. Esta confusão, a minha, não tem nada que se aproveite, mas serve para demonstrar que as trapalhadas da presidência são tão somente consequência das trapalhadas de toda gente, ou seja, quando se visam certos fins, não importam os meios e Cavaco tem-se posto a jeito. Por este andar até o "emplastro" ganha as próximas presidenciais.