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sábado, 4 de junho de 2011

Reflectindo

sabem para que votamos amanhã nas eleições?

Determinam as leis – e as leis são feitas por homens que se julgam no direito de as fazer – que hoje é um dia de reflexão.

Reflexão é, para eles, o direito (dever/obrigação?) de pensarmos em quem devemos votar. Por isso, os «políticos» não podem falar em política apelando ao voto, os jornais não podem escrever sobre política, porque isso pode confundir-se com apelo ao voto.

Que hipocrisia!

Os papéis andam espalhados por aí, nos jornais e revistas escreveram ontem, para que se lesse hoje. Qual reflexão, qual carapuça?

Dizem que hoje falará o Presidente, Falar porquê e para quê? Logo ele, que deu o tiro de partida para que a confusão fosse completa! Cavaco não deveria estar calado?

Pois se o dia é para reflectir, faça o favor de se deixar estar de pantufas a reflectir com a sua Maria, e de nos deixar reflectir descansados!

Ah, dirão os leitores: então porque é que tu não estás quieto e calado? Que direito tens tu de vir, no teu blogue, quebrar a nossa reflexão?

Eu explico, para que não me acusem de estar a cometer uma ilegalidade: Aprendi muito nestes trinta anos de bebedeira de governantes democráticos (?). Aprendi, por exemplo, a dizer «inverdades» (atenção: nada de confundir com «mentiras»); aprendi a tornear as leis, aprendi a hipocrisia e, então, resolvi vir hoje – e só hoje - até à Nova Zelândia. Aqui o «hoje» é ainda «ontem» e ontem, se eu falasse em política, podia dizer o que quisesse. Até apelar ao voto – o que não fiz. Podia, sobretudo… reflectir e espelhar neste blogue as minhas reflexões.

Vamos lá então à reflexão que se impõe:

Vivemos há uma data de semanas em campanha. Ficamos esclarecidos? Nãããão!

A «coisa começou mal e só podia piorar. Passos Coelho tinha pressa de chegar ao poder. Cavaco Silva deu os empurrões necessários. Na pior altura.

Queiramos, ou não, Sócrates teve razão quando denunciou a atitude de Passos Coelho em não querer negociar o malfadado PEC a quem todos chamam «quatro».

Caiu o «carmo e a trindade»; e caiu-nos em cima uma «troika» disposta a mandar em quem se não sabe governar.

Mas, feito o mal, era preciso corrigir a «caramunha», numa campanha que explicasse o que se estava a passar, que se discutissem os factos, se apresentassem soluções.

Pois, para começar, dois partidos com assento no Parlamento recusaram apresentar à «troika» os seus pontos de vista e «fecharam-se em copas».

Os outros três, entretinham-se com «fait-divers». Enquanto o Zé-pagante aguardava argumentos, assistiu-se a birras de miudos malcriados, em trocas de acusações e discussões acessórias.

O eleitor, esse seguia os chefes pelas mesmas razões com que seguem os emblemas do Sporting, do Porto ou do Benfica: porque sim!

E chegou o último dia – antes da reflexão. Poderia esperar-se um passe de mágica, um argumento surpresa, um coelho tirado da cartola. Nada.

Vejamos o que disseram os líderes meio roucos nas suas últimas intervenções:

Jerónimo de Sousa – um dos que «ignorou a troika»

"Eles têm um pressa danada em aplicar o tal memorando […] vamos ter de lutar muito camaradas".

Vamos ver a que lutas se refere – as dos sindicatos a exigir maiores salários a quem não tem um «chavo»?

João Semedo, em nome de Louçã – outro dos que «ignorou a troika»

"[a 5 de Junho] troikamos a troika".

Um pensamento profundo, como se vê (mas só entendível por cérebros clarividentes).

Paulo Portas – candidato a ministro de qualquer coisa

“E alguém vai na conversa de um partido [o PSD] que exige a maioria só para si? Mas o que é que fez para merecer a maioria absoluta?”

Extraordinário pensamento sobre um futuro «sócio»!

Pedro Passos Coelho – candidato a primeiro-ministro

"Não temos dúvida, os tempos que se avizinham serão rigorosos, de grandes dificuldades, mas também sabemos que a partir de domingo o país vai voltar à normalidade".

O que significará a normalidade para Passos Coelho? O comportamento incapaz dos governantes e a ameaça de miséria a um povo a quem restam o fado, o futebol e Fátima?

José Sócrates – primeiro-ministro que poderá deixar de sê-lo amanhã

“São incitáveis os nomes que me chamaram. O mais brando foi Saddam Hussein, mas acabaram com Hitler [mas] isso são outras questões que vão ter que resolver noutra sede: é mais uma questão do foro psico-analítico."

E a nós, que nos resta? Nem sequer temos a certeza de que o subsídio de Natal chegue para pagar a consulta ao psicanalista…

Ah, agora tenho de parar estas reflexões. É que aqui, na Nova Zelândia, já é quase «amanhã». Depois… o avião para Portugal sai daqui a uns minutos e amanhã (que é hoje) Portugal pode classificar-se para o «Europeu», no jogo contra os noruegueses…

Além disso… talvez daqui a seis meses tenhamos nova oportunidade para … reflectir.

Até logo!

2 comentários:

Marracho disse...

Eu vou votar!Vou votar sobretudo num primeiro ministro que diga a verdade aos eleitores,por mais negra que ela seja.Vou votar em alguém que saiba respeitar e escutar o que os outros dizem mesmo que seja o que não queremos ouvir.Vou votar em alguém que respeite os acordos.Posto isto acho que todos os Portugueses deviam votar,porque o momento não é para brincadeiras e porque quando chega a hora os PORTUGUESES DIZEM, PRESENTE.

Anónimo disse...

Assim se vê a força do PC.

Boa algarvios.
a.m.