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- desde o dia 14 de Junho de 2007

domingo, 5 de agosto de 2007

PERGUNTAR AO PRESIDENTE

ou ceder a chantagens

Dalila Rodrigues é uma senhora de quem o comum dos mortais portugueses nunca tinha ouvido falar. Sabe-se agora que era directora do Museu Nacional de Arte Antiga, em comissão de serviço, e que essa comissão não foi renovada porque a D. Dalila manifestou publicamente a sua discordância com o actual modelo de gestão dos museus nacionais.

Além disso, a ex-directora exigiu, como condições para continuar no cargo, que lhe fosse dada a autonomia financeira e administrativa.


Como nem o Instituto nem o Estado estão dispostos a dar semelhantes garantias, sobretudo neste apertado período de contenção, só havia um caminho: escolher outro director.

Resultado: o CDS-PP e do PSD criticaram fortemente essa decisão e foi organizada uma vigília de protesto junto ao Museu de Arte, que foi vista na televisão: umas quatro dezenas de pessoas.

Ontem, em Loulé, os jornalistas questionaram o Presidente da República sobre a situação.

Resposta de Cavaco Silva: "Fiquei muito surpreendido com a notícia, porque conheço muito bem o trabalho da drª. Dalila à frente do Museu Nacional de Arte Antiga".

Ora toma! Agora, cada vez que um funcionário público exigir que o Governo lhe dê as condições que entende merecer, a Administração Pública tem de perguntar ao Presidente se conhece o trabalho desse funcionário! Senão, temos de o gramar!

Neste país, ninguém sabe até onde vão as suas competências?
.

8 comentários:

Anónimo disse...

Se a Senhora Dadila discorda totalmente da forma como o Ministério
dirige esta questão dos Museus acho que deveria ser ela mesma, a pedir a demissão por achar que não tem condições para efectuar o trabalho que entende ser o melhor. Depois aparecem os partidos com meia dúzia de patos bravos à frente a gritar Ò da Guarda que sanearam a Dalila.Será que nas outras democracias europeias
procede-se assim com as Dalilas lá do sítio ? Haja um pouco de coerência e sentido auto-crítico.
Fez muito bem a Ministra em colocar a senhora com os seus saquinhos à porta. Há tantas Câmara da cor dela onde poderá ser útil já que nada ali lhe servia. FERNANDO SANTOS

Anónimo disse...

Boa malha, Sr. Fernando Santos. Infelizmente, no nosso país o problema pior não é estar cheio de Dalilas... É que os midia e as oposiçoes servem-se de tudo para "vender" as suas ideias e os seus jornais!

Anónimo disse...

Só que as coisas não se devem ver apenas pela "cor dela". É redutor. Senão... como vai haver "coerência" senhor Fernando Santos?

Anónimo disse...

A verdade é que a um Presidente da República pede-se comedimento. Ao Dr. Cavaco naquela altura só seria adequada uma resposta aos jornalistas: que aquele não era o momento para se pronunciar, ou, em alternativa, a resposta com que tentou emendar a asneira: que ainda não estava conhecedor de toda a realidade.
Assim, comprou um diferendo com o governo que não teve qualquer razão de ser, perfeitamente desnecessário.
Ou ao senhor Presidente só ocorre não responder se... tiver à mão um pedaço de bolo-rei?

Anónimo disse...

Se o Cavaco dissesse que achava bem já tinha feito bem?

Anónimo disse...

É evidente que a ministra fez a única coisa sensata na situação:não renovar a chefia à dra.Dalila que a partir de Setembro desempenhará outras funções.
E o Presidente veio à sua Terra e … uma Gaffe.O presidente da República deve reservar-se para as grandes questões e quando escolher dar voz a descontentes e injustiçados,o que se saudará sempre, nunca o deverá fazer em circunstâncias destas.Funcionários públicos no desempenho de funções ,ainda que de chefia,não devem litigar com a tutela,em público, as orientações políticas. O Presidente da República tinha a obrigação de saber isto.
Zé dos Figos

Anónimo disse...

Uma gaffe... mas sem bolo-rei. A propósito: numa foto do Presidente num campo de golfe de Vilamoura, o Chefe de Estado aparecia em calções.
Nesse mesmo campo, um amigo meu vindo de Inglaterra foi proibido de usar calções nesse mesmo campo.
Na legenda da foto do Presidente dizia que estava "trajado a rigor"... Rigor igual para todos?

Lourenço Anes disse...

P/ o “Anónimo” Fernando Santos:

Quando o senhor escreveu o seu comentário ainda nem sabia a melhor: a citada senhora está a “ponderar” a hipótese de mover uma acção ao Estado Português!
A criatura parece que se sente prejudicada porque vivia em Viseu, vendeu uma casa, comprou outra e sente-se prejudicada na carreira! Prejudicada na carrira? Não se sentiu beneficiada na carreira quando, por simples escolha foi destacada para um lugar que sabia perfeitamente que não era do seu quadro, nem da sua carreira! Quando foi colocada num lugar para que poderia estar muito bem apetrechada; mas… não haveria outros igualmente bem apetrechados que não foram bafejados pela “sorte” de uma requisição por conveniência dos serviços? Estamos num país sem rumo.
Diz você que ela deveria ter pedido a rescisão se não concordava com as condições que lhe eram proporcionadas. Pois devia. Mas para isso seria necessária uma postura… vertical!
Também acho que (apesar de não ser um incondicional da ministra da Cultura) que esta fez bem em por-lhe “os saquinhos à porta”!


P/ Rafa :

Já somos dois a concordar com o anterior comentador...


P/ J.A. Lopes:

Pois, eu também acho que, seja qual for a cor… o caminho deverá ser sempre o que a ministra tomou: não quer fazer o trabalho que lhe encomendamos com as nossas condições? Então, passe bem. O trabalho é para ser feito nas circunstâncias e condições que o “patrão” pode disponibilizar…


P/ Desencantado da politica :

Toda a gente tem direito às suas gaffes. Cavaco Silva, que, quando primeiro ministro nos habituara a elas, até tem sido, agora, como Presidente da República, bastante comedido. Não deveria ter reagido assim, é certo… mas errar é próprio do homem…
De resto, quem se esqueceu das gaffes quase diárias de Soares, o rei da gaffe? Esse, sem dúvida era dia-sim-dia-sim!
É certo que Cavaco Silva criou condições desnecessárias para um confronto com o Govermo; mas não podemos esquecer a forma como Soares provocava deliberadamente o então primeiro ministro Cavaco quantas vezes por motivos fúteis… É certo que Soares não falava de boca cheia… mas apresentava-se montado em tartarugas ou em elefantes patrocinadores de marcas comerciais. Ambas as situações igualmente ridículas…


P/ Anónimo :

Acho que o seu comentário não tem razão de ser. Parece que ninguém “condenou” o presidente pelo que pensa…


P/ Zé dos Figos :

Que raio de nick, meu amigo! Fez-me sorrir.
Realmente, foi pena que o Presidente tivesse escolhido a sua terra para ter este escorregão. A esta hora, estou convicto de que já terá aprendido que, como você disse,
“deve reservar-se para as grandes questões”
Quanto ao resto, também todos os comentadores parece estarem de acordo consigo: os funcionários públicos no desempenho de funções ,ainda que de chefia, não devem litigar com a tutela,em público”
O Presidente da República – que também foi funcionário público - tem a obrigação de saber isto.


P/ S. Almeida disse...

Bom, aí a gaffe não foi do presidente… foi do resort de golfe, se o que você afirma corresponde à verdade absoluta…