José Neves, fundador do Partido Socialista, Edmundo Pedro e Manuel Alegre participaram ontem no comício promovido pelo Bloco de Esquerda, que reuniu, no Teatro da Trindade, em Lisboa, 500 cidadãos de esquerda, sob o mote "Agora, aqui".
Tratou-se dos valores da esquerda, do combate ao abuso, à corrup-ção, às desigualdades e injustiças sociais e o tema foi aliciante para muita gente. Tanta, que foi preciso alugar uma sala no Espaço Chiado para proporcionar a transmissão, em directo, às mais de trezentas pessoas que ficaram à porta do teatro, por falta de lugar.
A política liberal dos últimos anos praticada em Portugal, designadamente a do governo de José Sócrates, foi o alvo: "Um em cada sete trabalhadores ganha tão pouco que está abaixo do limiar da pobreza e quase um milhão de portugueses vive com menos de dez euros por dia", disse, na abertura, o comunista Soeiro.
Quando Manuel Alegre falou, a casa veio abaixo, com aplausos, e o ex-candidato à presidência disse: "A minha lealdade é para com os portugueses e para os que votaram no PS e estão na pobreza" e acrescentou "a pobreza é um tragédia, não é uma fatalidade como a direita quer fazer quer, mas um problema estrutural que resulta de um esquema económico".
Aquelas que foram bandeiras do Partido Socialista, como o combate às desigualdades e injustiças sociais, parece serem, agora, mal vistas do partido - só por causa da participação de Alegre; e Vitalino Canas chegou a afirmar, no sábado, que o comício pode ser encarado como sendo «contra o Governo».
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3 comentários:
É assim em toda a parte: quem não pensa como o chefe não tem direito a pensar...
onde é que eu já ouvi isto?
- União das Repúblicas Socialistas Soviéticas?
- 3º Reich?
- Consulado de Salazar?
- República Popular da China?
- Rússia de Putin?
... Ah, já me lembro: Partido Socialista em versão Sócrates!
Alegre é um romântico.
O mundo está para pragmáticos, não para românticos.
Ou está pra vigaristas e não para visionários.
Hoje, o exemplo de democrata é o que é dado por Sócrates, cada vez mais cheio de si.
São os tempos
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