Manuela ganhou. E o país?

a vitoria de ferreira leite o que promete?

Foto de André Kostner-Lusa
A acanhada vitória de Manuela Ferreira Leite deixa-nos perplexos.

Os sociais-democratas portugueses preferiram, é verdade, a imagem de um partido "sério" e aparentemente coeso.

Mas um número perigosamente próximo acreditou na anedota, na palavra demagoga, no mediatismo espalhafatoso que oscila entre o “vip” e o “clown”, exprimindo a sua preferência por Santana, que o mesmo é dizer, pela boçalidade jardinesca. E, a verdade é que, mesmo dizendo-se fora do parlamento, Santana já prometeu que continuará a "andar por aí", ameaçando, deste modo, uma vez mais, o partido e o país, com a instabilidade e o abismo.

Como a “andar por aí” continuarão o auto-proclamado “liberal” Passos Coelho (saberá ele o significado do termo? – por muitas ideias que deixou na curta campanha, deu para perceber que não entende as profundas matizes que distam entre o liberalismo e a direita atávica e conservadora do início do século passado) e o ressaibiado Menezes, o chorão de Gaia.

Quanto ao outro (como se chama mesmo? – Patinha, não é?) já prometeu que “anda por aí” a flutuar como uma rolha feita da melhor cortiça do Ameixial: tanto pode estar de bem com Santana, como esteve com Menezes, como quer estar com Manuela e já tinha gatinhado no colo de Durão. Cortiça pura, a navegar entre Loulé e Braga…

Num parêntesis: e o nosso inefável Bota? Como será que agora se vai querer dependurar das saias de Manuela? Sim, que o nosso cantor é feito do mesmo material que não se deixa ir ao fundo…

E, com esta gente toda a andar por aí... é bem de esperar que as tendências conspirativas do PSD se voltem, em breve e uma vez mais, contra si mesmo.

Manuela não promete salvar o país. É apenas isso que a distingue de Sócrates. E, como não nos parece que ela seja a pessoa certa para liderar um partido na oposição, se não conseguir derrotar o engenheiro no próximo ano, o PSD estará, então, com um novo problema: uma vez mais, estará “à nora”, à mercê dos abutres que “andam por aí”.
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