Um ano de vida !

começar foi como uma brincadeira

Tenho de confessar um segredo: quando me meti nesta brincadeira de “blogar”, não tinha qualquer experiência destas coisas. Um amigo fez a base, arquitectou o blogue e deu-me as primeiras “lu-zes” de como isto funcionava. Por isso, os meus primeiros agradecimentos vão para ele: obrigado, Galiós.

Nesses primeiros tempos, nem sabia bem o que pretendia; tinha uma ténue noção de que poderia ser útil a esta cidade, sobretudo porque os dois quinzenários da terra nunca funcionaram como instrumentos nem de progresso nem de informação eficaz.

A minha primeira intenção foi criar um espaço onde os cidadãos pudessem plasmar os seus anseios, os seus protestos, os seus sonhos. «Encontros e desencontros, desabafos e estímulos urbanos» – foi o nosso lema, desde a primeira hora.

Depois, percebi que o blogue poderia funcionar também como um espaço para a informação local. Parecia fácil. Até porque, aparentemente, em Quarteira não haveria notícias suficientes para alimentar uma informação diária.

um peso inesperado

Em pouco tempo vieram as surpresas: ao contrário do que supunha, Quarteira já tem uma vitalidade tal que permitiria, se tal se ousasse, manter um jornal diário.

Além disso, a vida da freguesia de Quarteira não pode ser vista e analisada sem que, paralelamente, se considerem as notícias do concelho, da região ou do país.

Por isso, ao fim de pouco tempo, pude verificar que não me seria possível, sozinho, sem prejuízo do meu bem-estar, do meu trabalho e da minha família, manter a actualidade da informação.

Só tinha, pois, duas alternativas: desistir de tamanha ambição, ou encontrar alguém capaz de me apoiar.

E foi o que, felizmente, aconteceu, ao conseguir a preciosa colaboração dos professores e grandes amigos Ana Maria e José Carlos. Para eles vai o meu reconhecimento amigo.

E lançámo-nos os três, com redobrado entusiasmo e tarefas repartidas.

para grandes males…

Foi aproximadamente por essa altura que nos surgiu um novo adversário: os “politiqueiros” profissionais e os mal-intencionados militantes da intriga e da má-educação que, à esquerda e à direita, tentaram sempre condicionar o nosso trabalho, destruir o que ia sendo feito, ou apoderar-se das nossas intenções, usando o espaço de comentários para atingir os seus próprios e nunca confessados objectivos, muitas vezes agredindo outros cidadãos com as suas obscenas palavras e intenções.

Quando o José Carlos dotou o ‘Calçadão’ de um instrumento capaz de registar os “ip” dos comentadores, percebemos, pela frequência das entradas, que não nos restaria outro caminho senão o da moderação dos comentários. Foi o que fizemos logo que um “brincalhão”, por imprevidência nossa, conseguiu privar-nos, por dois ou três dias, do controlo do blogue.

Com a moderação, perde-se espontaneidade, é certo; mas ganha-se em tranquilidade, em civismo e em respeito; por nós próprios e, sobretudo, pelos nossos leitores. Se diminuiu o número de comentadores habituais, podemos congratular-nos de a quantidade ter sido substituída, com vantagem, pela qualidade dos comentários e dos comentadores. Para estes, também vão os nossos agradecimentos.

ana maria

A Ana Maria merece uma palavra especial. Ela é detentora de qualidades e de uma cultura invejáveis. A sua colaboração destina- - -se a dotar o ‘Calçadão’ de apontamentos culturais interessantes, capazes de atrair os menos atentos, ou aqueles que julgam que as artes, particularmente a literatura, são coisas chatas e de elites.

Infelizmente, temo-nos visto privados, há meses, da sua preciosa colaboração; mas podemos já garantir que, uma vez ultrapassados os seus complicados problemas pessoais, dentro de dias, a “coluna” da Ana Maria estará de volta. Que seja em breve.

e assim atingimos o primeiro aniversário

Com uma média diária de cerca de 140 leitores e um pico de quase 400, o ‘Calçadão de Quarteira’ apaga hoje a sua primeira vela.

Esta cifra – que nunca pudemos prever inicialmente – parece ser a garantia do interesse que despertamos e da confiança dos nossos leitores.

É certo que ninguém poderá agradar a gregos e troianos. Acontece que, sempre que as nossas “entradas” criticam os sectores ou acções ditos “de direita”… os “da esquerda” rejubilam, e vice-versa. É bom sinal: estamos a conseguir um certo equilíbrio e podemos vangloriar-nos porque as diferentes convicções políticas de cada um dos redactores não estão a afectar a qualidade e independência do nosso trabalho.

A garantia é-nos dada pelas 50.000 visitas que, precisamente ontem, foram assinaladas e que, do fundo do coração, agradecemos.

o 'calcadão' e o poder local

Já nos têm acusado de sempre denunciarmos os erros dos executivos da autarquia municipal e da freguesia. Mas denunciar os erros não é o principal papel de uma informação actuante?!...

Para as louvaminhas e operações de lambe-botas, os autarcas têm a imprensa escrita e falada local, cuja subsistência deles depende. O ‘Calçadão’ nem aceita sequer as oportunidades publicitárias do Google, não depende nem do “poder” nem do dinheiro.

Por seu lado, aos autarcas só lhes cumpre um papel: recolher as críticas e procurar corrigir os rumos. Se o não fizerem… não merecem ser autarcas.

o futuro

Costuma dizer-se que o futuro a Deus pertence. Como não temos dotes divinatórios, pouco mais podemos prometer aos nossos leitores amigos, para além da nossa intenção de continuarmos a emprestar todos os nossos esforços no sentido de vos trazermos, diariamente, toda a informação de que dispusermos e de tentarmos ser veículo das opiniões dos quarteirenses de boa vontade.

Com imparcialidade? Não!

Com uma parcialidade de que não abdi-caremos: o futuro, o bem-estar e o pro-gresso de Quarteira e dos quarteirenses são a nossa "parte".
Porque é isso que nos move.
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