Marchas de Quarteira 2009

cor e movimento no calçadão na noite de s.joão

Desta vez cumpri as «ordens do chefe»: fui mesmo ver as marchas, na noite de São João. Numa noite bem fresquinha, assisti, estoicamente, com alguns espirros pelo meio, da primeira, a Rua Gago Coutinho, até à última, a dos cavalos de Vilamoura.

Houve de tudo, assinalando-se dois aspectos fundamentais que mais me impressionaram: um pela positiva e outro pela negativa; a positiva foi a quase unânime beleza e bom gosto dos figurinos; a negativa, a falta de autenticidade da alegria dos marchantes, a maior parte deles com um ar pesado de quem está cumprindo uma tarefa; longe, portanto, da alegria espontânea que deveria ser apanágio de qualquer festa popular.

O que vou dizer é apenas a «minha» opinião – como sabem, o ‘Calça-dão’ é um espaço de noticiário mas também de opinião, onde os juízos que expressamos, valem pelo peso e pela credibilidade que cada um dos nossos leitores lhes queiram atribuir. E só.

Portanto, vamos à minha opinião. Perpassou pela marginal, este ano, uma ideia diferente, de curiosa autenticidade, interpretada pela Rua do Outeiro. Mas foi só a ideia; porque, ao passar à realização, ingloriamente se perdeu.

Em termos de realização – e se eu tivesse de atribuir uma classificação ordenada ver-me-ia aflito para a atribuir – duas das marchas se destacaram, de longe: Ruas da Cabine e Vasco da Gama – música, marcações, movimento. Muito bem.

Interessante a ideia da Rua Gago Coutinho (que este ano se redimiu de anteriores pobreza de ideias e figurinos) mas onde um cantor-declamador esganiçado e pouco convincente, acabou de retirar o brilho.

Os cavalos de Vilamoura também não vieram trazer qualquer novidade ou beleza à marcha, para além da estampa dos equinos (um dos quais, ao que nos contam, acabaria por cair num dos palcos, em plena tentativa de exibição de alta escola).

Quanto ao «Poeta Pardal» (a rua ou o largo?) foi uma aposta indefinida, sem sentido; uma oportunidade perdida. Foi o «sinal menos» destas oito marchas que, neste ano resolveram – não marchar – apresentar-se nos três palcos do Calçadão de Quarteira.

Foi a minha opinião. Respeitarei as vossas, se divergirem. Mas, por favor, não me peçam que mude a minha.