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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Filho de desempregada não entra

ou onde a insensibilidade social se faz regra
Não é por acaso que somos fãs do blogue «Movimento Apartidário da Cidade de Loulé». É que as crónicas de João Martins são - como o exemplo a seguir demonstra - de uma maneira geral, de uma acutilância e oportunidade raras.

Ficou célebre na cidade de Loulé, numa muito apetecível instituição (apetecível pela pequena burguesia de província) de guarda de crianças, o caso de uma senhora que estando desempregada, não lhe foi aceite o seu filho, justificado por esse mesmo facto - o estar desempregada.

O círculo vicioso da discriminação e da ausência mínima de sensibilidade social funciona mesmo assim e parece estar a crescer em Portugal. Se está desempregada é porque pode cuidar do seu filho em casa. Se pode cuidar do seu filho em casa é porque pode ficar desempregada.

Acabo de ler a página 18 do Expresso deste fim de semana. O título do artigo diz explicitamente que as "listas de espera intermináveis obrigam instituições sem fins lucrativos a dar prioridade a quem tem emprego". As creches fecham as portas a filhos de desempregados. Diz a responsável de uma instituição de acolhimento de crianças que "é muito doloroso fazer uma escolha, mas temos que dar prioridade a quem tem trabalho e não tem com quem deixar os filhos".

Sei também de fonte segura que a mesma senhora que há poucos anos atrás, lhe foi negada a entrada do seu rebento, pelo motivo de estar desempregada, esteve este ano perto de uma semana na rua, à porta da creche, ao frio, à chuva, e com noites mal dormidas, para ser primeira da fila de espera.

Sei ainda que o seu novo rebento voltou a não entrar. Agora não está desempregada. Frequenta um curso EFA.

Às vezes tenho vergonha do meu país.
in «MAC Loulé», por João Martins em 15 Ago

Pode ser que, agora, que o auto-suspenso presidente da dita “apetecível instituição”, no seu novo e poderoso cargo, arranje maneira de mandar ampliar a lotação da dita. Ou, pelo menos, ordene a instalação duns alpendres para abrigar os pais das criancinhas que lá pretendem inscrevê-las…

NB: Em Quarteira, como se sabe, as situações que anualmente se registam numa fundação local não são menos gritantes...

3 comentários:

Anónimo disse...

Gosto do texto sim senhor

tenho so uma pequena dúvida.
Este Joao Martins é o mesmo Joao Martins candidato pela lista de Joaquim Vairinhos à CML?

Frizo: Isto é uma dúvida pura e simples e sem qualquer tipo de segundas intençoes.

Alfa disse...

Oh comentador anónimo!!! Com franqueza! Você acha que o pré-histórico de Almancil era capaz de escrever isso??????
Tá brincando, na tá?

Anónimo disse...

Nao.
Como disse foi apenas uma pergunta simples e sem segundas intençoes.
So queria saber. Mais nada