já fizeram uma visitinha

Amazing Counters
- desde o dia 14 de Junho de 2007

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sacrifícios e justiça social

que escreverei, companheiro? – que ninguém busca consciência e todo o mundo dinheiro - Gil Vicente
No tempo da «outra senhora», era assim: os funcionários comiam o que lhes davam e calavam… ou iam para a rua. Patrão paga, patrão manda, patrão pode.

Depois veio o 25 de Abril e os sindicatos germinaram e floresceram. Era o tempo em que o patrão já não era patrão; tinha-se auto-promovi-do a trabalhador e chamava os outros trabalhadores «amigos», «compa-nheiros» ou «camaradas».

Os tempos foram mudando e começou a encontrar-se um equilíbrio. O patrão voltou a ser patrão, mas estava mais comedido. Tinha regras a que devia obedecer – algumas delas até de certo modo inexplicáveis ou injustas, fruto de «direitos adquiridos» recentemente.

Entre os patrões, havia – e há – um enorme patrão. Chama-se Estado e tem de apelido Administração Pública.

O patrão Estado tem uma montanha de dívidas: meteu uma data de sobrinhos e afilhados em cargos que para eles iam sendo criados. A empresa 'Administração Pública & Apêndices' se queria uma maquinazinha nova tinha de comprar fiado ou sacar «algum» ao bolo que distribuía aos seus funcionários: uns subsidiozinhos aos filhotes dos seus trabalhadores, umas regaliazitas sociais, uns apoiozitos na doença…

Aos sobrinhos e afilhados é que não podia ir tirar benesses: sempre eram filhos e enteados, não é?

Assim, os trabalhadores da firma Administração Pública & Apêndices foram perdendo força e a convicção de que tinham algum poder sobre o patrão. E foram sendo obrigados a coisas que nunca tinham pensado: a trabalhar mais anos para a reforma, a terem menos segurança no trabalho, a não receberem remuneração por trabalho extraordinário, a serem avaliados anualmente, a serem-lhes coarctadas as promoções automáticas «por tempo de serviço… Enfim, começaram a ficar reduzidos à posição que ocupavam… no tempo «da outra senhora».

Quer dizer… quase todos. Porque, enquanto a generalidade dos traba-lhadores da Administração Pública & Apêndices iam perdendo regalias, outros agarravam-se desesperadamente aos «direitos adquiridos» e estavam-se borrifando para que tivessem de ser os restantes trabalhadores da empresa que, cada vez com maiores sacrifícios, tinham de suportar os encargos dos seus «direitos adquiridos».

Assim, enquanto a generalidade dos funcionários da empresa trabalham 35 horas por semana, há uns quantos que, não obstante apenas o fazerem 22 horas, se recusam a submeter-se aos «deveres» a que os restantes são obrigados, a começar pela avaliação e a perda das tais anacrónicas promoções automáticas…

Acharão os senhores professores - sim, é deles que se fala - que é isto a que se chama «justiça social»?
*

19 comentários:

Anónimo disse...

Basta ver que as 22 horas são "apenas" as que se passam à frente dos alunos. E todas aquelas a corrigir os trabalhinhos dos meninos? Ou a preparar aulas? Ou a preparar relatórios? Ou a ir a visitas de estudo obrigatórias? Ou a trabalhar das oito da manhã até às sete da tarde mas os "furos" no horário não contarem para nada? Só um ignorante pode dizer uma coisa destas. Porque não passa uma semana numa escola? Peça isso. Dirija-se a uma escola de Quarteira e passe uma semana com os docentes. Depois me diga se pode ser um trabalho "das nove às cinco". Normalmente é um trabalho das oito (da manhã) às dez (da noite). Ah, e tudo dentro da legalidade!
Informe-se antes de dizer barbaridades!

Robim disse...

Porque é que os professores, tal como os médicos e enfermeiros, não "picam o ponto" na escola? Deviam colocar um controle electrónico em cada bloco onde dão as aulas para ver se passam lá os 90 minutos ou se chegam 10 minutos depois do toque e, quando faltam outros 10 para a aula terminar, já deixam sair os alunos para serem "uns gajos porreiros". Com este tipo de avaliação objectiva apanhavam-se muitos "mangas" e assim já não havia problemas na classe. Isto sim é algo objectivo e que ninguém no seu perfeito juízo, nem mesmo os sindicatos, irá recusar. Apostava numa avaliação da Assiduidade e Pontualidade e tenho a certeza que as cotas de sucesso serão inferiores aos 5%. Aprendam que eu não vou durar para sempre!

Anónimo disse...

Os profes são sempre o mesmo. Tem mais regalias que toda a gente e acham que são vitimas e os rapazes cada vez sabem menos.
Perguntem aí numa escola secundaria quantos 7X8 ou mandem fazer uma raiz quadrada simples...
uma tristeza.
Não querem ser avaliados como não querem exames. Era uma chatice: tosda a gente via os resultados de tanta «canseira!

Sérgio disse...

Quando começam a trabalhar ganham mais que qualquer outro funcionário!!!!
Façam como em Espanha: 35 horas DENTRO DA ESCOLA.
Se calhar o nível de insucesso baixava logo!

Lourenço Anes disse...

Caríssimo primeiro comentarista anónimo:

A forma correcta e educada como se dirige ao ignorante autor destas linhas, leva-nos a crer que estamos em presença de um «professor de excelência», a fazer jus ao ministério da Educação que temos.

Mas lamento desiludi-lo: conheço por demais o “trabalho das oito (da manhã) às dez (da noite)” de um atarefado professor. Tenho aqui duas familiares em casa que me dão esse precioso testemunho (ah, mas também vão às manifestações a Lisboa, esteja tranquilo).

Claro, nada que se pareça com a “falta” de trabalho dos professores (ou eram apenas mestres-escolas ?) dos meus tempos de infância e juventude, quando, terminado o seu horário habitual de seis horas na escola (de 2ª a 6ª; porque ao Sábado eram apenas 3 horas e meia – e não tinham reduções!...) iam para casa carregados com os cadernos dos alunos. Mas isso devia ser apenas porque gostavam de ir carregados…

Portanto, deixe-me lá com as minhas "barbaridades" que desenvolvo com gosto fora do meu horário de trabalho, de oito horas diárias a aturar clientes (fora o resto, claro, depois de fechar a porta…)

Olhe, por favor, não perca tempo a responder. Não quero prejudicar a preparação das suas aulas de amanhã!
L. A.

Anónimo disse...

isto é um trabalheira
temos de prestar um homenagem a esta classe pois 'e atraves que a iletracia continua a progredir o sucesso escolar faz-se por merito dos alunos pois estes mestres estão preocupados com o seu umbigo senão vejamos a lista de ferramentas dos alunos alguns com mais de 30 quilos dai serem todos prof de halterofilismo sobre a pontualidade e educação temos os melhores politicos de regime nem a assembleia da republica supera sobre futuro da educação, incerto um improvisar de materia salvo alguns que conseguem incentivar os alunos para se superarem mas são oasis num deserto de ideias um dicionario que serve de lastro a sua utilização o seu estudo é deixado para casa dai com presença na sala de aula assistimos á ditadura da educação pois descura a cultura de um povo isso mesmo a sua cultura começa no seio da familia mas é a escola que expande esta para a sociedade pois o regime escolar mantem ignorante a sociedade actual com os intraves que coloca vemos o valor exigido por estes membros mas a sociedade apresenta-se debil pela ditadura desta a sua essencia é despertar o individuo na cultura e conhecimento não na estatistica

P.

Çabastião disse...

Sim, lá na empresa onde sou delegado sindical eu também propus ao patrão um modelo de avaliação de desempenho de modo a que nem eu nem os meus camaradas nunca fossemos prejudicados. Ele mandou-me logo para um determinado sítio mas agora assim de repente não me lembro para onde !!! Saudações revolucionárias !!

Mariluz Caetano disse...

Também seria justo o ministério ir levar o ordenado a casa dos professores. Com apenas 3 meses de férias e um dia de folga por semana, como é que há tempo para os camaradas professores irem ao banco levantar o ordenado ? Isto é exploração capitalista.....

T. Ferreira disse...

Ah, valente Lourenço!
Você não trem papas na língua e sabe cortar a direito!
Parabéns e um abraço.

A. Wallenstein disse...

Qual é a duraçao legal do trabalho Hebdomadario em Portugal? Nao sao Quarenta Horas?As horas extras(suplementares ),nao sao a partir do horario legal? Ou os professores fazem parte de um Estatuto diferente? Se eles os prfessores se sentem lesados, que dizer daqueles que ganham o ordenado minimo e que trabalham por turnos dia e noite e aqueles que trabalham horas sem fim?Claro que vao-me responder que estudassem. Resposta fácil.

Anónimo disse...

A maioria dos portugueses que assiste e sofre com estes professores protestantes, trabalha mais que as 35 horas e não recebem mais por isso. professores vão para a rua denunciar as verdadeiras injustiças e deixem de ser egoístas e alienados

Anónimo disse...

Os professores têm um estatuto especial: chama-se Estatuto da Carreira Docente. Tal como os médicos, os enfermeiros, os juízes e outras carreiras especiais:
- por não trabalharem das nove-às-cinco;
- por exigirem licenciatura obrigatoriamente;
- por terem compensações que não se enquadram noutras carreiras;
- por exigirem uma atenção permanente durante todo o período de aula;
- por qualquer erro ser extremamente gravoso para que,m delas usufrui.
Também estão sujeitos a um regime disciplinar PRÓPRIO, coisa que não sucede nas outras carreiras.
No que se refere aos "3 meses de férias", uma vez mais revelam ignorância quando falam. Informem-se primeiro. Esse é o tempo que os ALUNOS têm de férias. Os docentes ainda têm as reuniões de avaliação, os exames a nível de escola para preparar - e corrigir -, a sua formação contínua para frequentar (apenas se pode fazer formação online ou então em períodos não lectivos) e conhecer as turmas que irão ter no ano seguinte, prepará-lo sumariamente e apresentá-lo aos seus superiores de escola! E os inventários para fazer. MAs isso são outros quinhentos!
Quanto ao comentador que refere a cada vez maior ignorância dos alunos, queira reportar-se aos programas, já que este Ministério se rege apenas por estatísticas. Não concordo com os programas mas tenho que dá-los.
Os docentes são a única classe que leva falta por chegar 5 minutos atrasados. Por não poderem faltar "meios-dias" sem serem prejudicados na progressão da carreira.
Têm uma particularidade: neste momento, têm que ser todos licenciados para entrar no estatuto. Com os cursos à "bolonhesa", até precisam de MEstrado! E foram todos sujeitos a CONCURSO PÚBLICO! Por isso, quem acha que estamos bem, concorra! Veja se consegue cá chegar!
Se a inveja é muita, venham conhecer as escolas por dentro.
Neste momento, educamos para a estatística, para a fotografia!
Posso referir um exemplo caricato acerca da facilidade dos EXAMES DO MINISTÉRIO:
No exame Nacional de Português de 9º ano, em 2006, foi definido como critério de resposta a uma pergunta que o aluno respondesse com 3 adjectivos sobre a personagem principal do texto. Como critério geral de correcção, foi definido que qualquer frase, desde que tivesse menos de 5 erros de qualquer tipo, seria cotada com 100% do seu valor.
Assim, se qualquer aluno respondesse à pergunta: "Intelegente, jofem e curiozo" teria a COTAÇÃO MÁXIMA DA PERGUNTA!!!!!!! Instruções dadas pelo Juri de Exames!
Com o Ministério a apadrinhar o sucesso encapotado assim, que culpa têm os professores?!
Em testes de Matemática de 9º e 12º ano, nem vos conto!!!
35 horas na escola? SIM SENHOR! Estamos PLENAMENTE DE ACORDO.
O sonho de qualquer professor é deixar de levar trabalho para casa e passar APENAS as 35 horas lectivas e nao lectivas na escola. Nem mais um segundo. Mas passam MUITO MAIS do que as 35. Deem-nos condições e deixamos de levar trabalho para casa. Só que nem cadeiras nas escolas temos para todos. Secretárias, nem pensar! Quem chega primeiro, tem lugar. Os restantes noventa, ficam de pé a trabalhar?
Ah, e se tiro tempo a responder-lhe, é porque penso que não devem ser postadas meias-verdades de quem se pretende todo-sabedor mas, na realidade, é um verdadeiro "chico-esperto".
Férias?
Horários?
Serviço docente?
Fazem mais gazeta juízes, médicos e enfermeiros do que qualquer docente!
Não comente o que não conhece ou informe-se primeiro. Tomar a parte pelo todo é um caminho muito fácil para quem quer semear apenas a discórdia.
Em que é que isso ajuda Quarteira?

Anónimo disse...

Esse tipo aí atrás de3ve ser professor, para ter tempo para escrever tanto...
Pensará ele que alguem vai ler? Deve!

Anónimo disse...

Parece que os gajos tem um estatuto próprio. agora até querem discutir os salários como se o soras tivesse dinheiro pra lhe dar! Cambada!

Dó Ré Mi <- música disse...

Viva Portugal! O país dos vígaros. Esse do bigode é o maior.
Parece q só deu aulas um ano numa escola primária e em 200 dias lectivos só deu 120.
Se é verdade, os professores estão bem representados.

Anónimo disse...

Deixem-me dizer uma coisa que me apetece dizer há muito tempo: o maior cancro da FP s~so os professores: gastam, fazem gastar e cumprem mal.
Portanto, abvaliem-nos da melhor maneira: façam exames e vão ver o que eles ensinaram aos putos!

Antório R. Almeida Cid disse...

TUDO O QUE O LOURENÇO DISSE É VERDADE E MESMO ASSIM FICA MUITO POR DIZER.
SÓCRATES JÁ PODIA TER RESIOLVIDO ISTO DA ÚNICA MANEIRA POSSÍVEL: METADE PARA A RUA E OS QUE OS ALUNOS NÃO TIVESSEM APROVEITAMENTO EM 2 ANOS SEGUIDOS.... RUA!!!!
OS MEUS FILHOS ANDARAM NA ESCOLA NA HOLANDA. OR PROFES, LÁ TINHAM 30 OU 35 ALUNOS POR SALA, OS LIVROS ERAM POUCOS, SIMPLES E BARATOS. oS PROFES DAVAM AULAS DE REFORÇO PARA RECUPERAÇÃO. NÃO HAVIA PASSAGENS ADMINISTRATIVAS E A TAXA DE INSUCESSO ERA MENOS DE 5%.
E MESMO ASSIM, NÃO GANHAVAM MAIS QUE OS OUTROS FUNCIONÁRIOS.
AH... E QUE EU SAIBA,QUEM DITAVA OS PROGRAMAS ERA O MINISTÉRIO!

PORTANTO, DEIXE-SE DE TRETAS!

Marracho disse...

Há uma dúvida que eu tenho,não fará parte da escola"também"educar os alunos a respeitarem os outros?É que me parece que na mesma proporção em que são educados cada vez estão mais malcriados,não respeitando nada nem ninguém,ainda na semana passada estive parado junto a uma escola em Faro em plena hora de recreio e assisti ao maior recorde de alhadas que me tinha sido dado ouvir.Será que no interior daquela escola são todos surdos?Ou é melhor ir ganhando o ordenado sem levantar muitas ondas
e a sociedade que os ature!

Anónimo disse...

Quando o sr Cid nos conseguir dizer o que é "Aproveitamento", agradecemos.
Como sabe, nem se pode reprovar um aluno, mesmo que este não queira aprender e prejudique toda a turma. São as leis que temos!
E quando quiser visitar uma escola, estaremos sempre disponíveis para lhe dar a conhecer a nossa realidade operacional e compará-la com qualquer outra da Europa!
É que entrar numa escola ou num tribunal ou num hospital é uma coisa; conhecer o que fazem os seus profissionais e as leis a que estão sujeitos é outra.
Falar é fácil.
Porque não criticam os comerciantes que nos roubam todos os dias ao não passam as facturas que devem e aumentarem assim o défice?
Esses sim, podem fugir ao fisco impunemente e ninguém sabe quanto ganham nem quanto gastam! É só prejuízos e nós a pagar.