já fizeram uma visitinha

Amazing Counters
- desde o dia 14 de Junho de 2007

sábado, 12 de julho de 2008

Antologia

--As sem-razões do amor
.
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Foto de Carlos Drummond montada sobre trabalho fotográfico de Jana Vieras

Carlos Drummond de Andrade nasceu no Brasil, em Itabira do Mato Dentro – Minas Gerais, em 31 de Outubro de 1902. Originário de uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e no colégio jesuíta Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental".
Mais tarde, ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, acabou por diplomar-se em farmácia, em 1925.
Começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que reunia os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas.
Mas o modernismo nunca chegaria a ser dominante nem mesmo nos seus primeiros livros. A dominante é a individualidade de Drummond, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e abundantemente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, foi sempre a sua própria testemunha lúcida, quase sempre melancólico e céptico.
Alvo de admiração, tanto pela obra como pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, em dia 17 de Agosto de 1987.
..

Sem comentários: