Forte Novo sem nadador-salvador

não há já falta de trabalho no país?

Quem passeie distraída e lentamente pelas avenidas de Quarteira, topa com dezenas senão centenas de avisos afixados nas montras: -«Precisa-se pessoal». Alguns avisos serão retirados no final da época balnear sem que alguém tenha sequer tentado saber pormenores. Outros lugares – poucos - lá vão sendo preenchidos por rapazes e raparigas brasileiros, gente de sorriso fácil e trato delicado.

O antigo hábito do «emprego de férias», esse, já passou de moda. Os paizinhos lá estão para comprar o ipod ou o moderno telemóvel de terceira geração aos meninos, sem que estes nada tenham feito para o merecer. Sinais dos tempos. Os jovens preferem estender-se ao sol o dia inteiro, na praia, deitando o olho aos passantes, fazendo planos para a noitada que aí vem.

Mas o que não passaria pela cabeça de qualquer mortal era que ninguém aceitasse um emprego que… é isso mesmo: - passar o dia ao sol, na praia, lavando os olhos na musculatura e nos biquinis que por lá se exibem.

Pois é o que, segundo relata a agência Lusa, acontece na nossa praia do Forte Novo: o lugar de nadador salvador está vago desde Janeiro, quando começou a procura. O concessionário, que se arrisca a graves penalizações por «crime público» se não tiver ao seu serviço um nadador-salvador, oferece mil euros – duzentos continhos – sem que nenhum dos 5.000 nadadores oficialmente habilitados que existem no país, apareça a candidatar-se ao lugar.

Afinal, existe desemprego em Portugal? Ou o que existe são candidatos ao subsídio de desemprego e ao rendimento mínimo?
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