Dois-me!
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Queria estar em ti. Dentro de ti.
Paixão e fúria, desejo e adoração.
Todo eu sexo; toda tu sexo;
todo eu amor; toda tu amor…
Ouço a música de mim, como uma festa...
Descubro-a feita de vozes,
orquestras angelicais de harpas,
flautas e vento da floresta.
Logo que sinto a sua vibração,
percebo que não sou daqui
e que não sei voltar ao sítio de onde vim
E vejo, no fundo de mim,
os olhos que são teus e são razão
de eu ainda estar aqui,
e de todos os sonhos e pensamentos
que me trouxeram e me mantêm,
que me iluminam em todos os momentos
e são uma balança de querer e de poder.
E há ainda o sorriso com que me acomodo
no aconchego envolto em solidão.
E sinto-me confortado, deste modo,
contente de ter por quem doer.
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