Não é num ano que se faz um candidato

isso só dá tempo para mostrarem o sorriso

Imagem: Foto de Hélder Nunes em montagem de Galiós sobre desenho de Uderzo
Recentemente, Hélder Nunes, director do semanário «barlavento» assinou um editorial de extremo interesse, que deveria ser lido por todos os candidatos ou proto-candidatos às eleições autárquicas e, genericamente, por todos os responsáveis partidários locais, concelhios e regionais.

E o que escreve Hélder Nunes, pode resumir-se numa sua frase lapidar, de lúcida referência: “As eleições não se ganham com grandes jantares entre amigos. E também não é num ano que se consegue preparar um candidato para qualquer autarquia”.

Ou seja, precisamente o contrário do que se passa entre nós, quando os responsáveis políticos preferem estender até ao limite o suspense sobre a designação dos candidatos, e onde estes são escolhidos precisamente, entre as «capelinhas» de jantares e patuscadas, ou como diz Hélder Nunes,os candidatos são designados-“mesmo sabendo que são incapazes e não possuem carisma para desempenhar qualquer cargo. O que está em jogo são as regras do seguidismo, dos compromissos pós-eleitorais, do clientelismo, da bajulação. O que se vê, no panorama político-partidário, com as honrosas excepções, é a mediocridade a prevalecer”.

E está (quase) tudo dito. Não é agora, apenas alguns meses antes do acto eleitoral, o momento adequado para os candidatos saltarem para o terreno para se inteirarem dos problemas das terras e das gentes. É curto.

Agora apenas lhes resta pouco mais que afivelarem um sorriso que habitualmente não usam, e darem a impressão de que estão preocupados com o eleitorado.

Quando a maior parte deles apenas se preocupa em trocar por votos, uns sorrisos e uns beijinhos.